Esvaziados no Ceará após período de
troca de partidos, PSB e PSDB apostam na aliança entre Eduardo Campos e Marina
Silva (ambos PSB) como forma de reforçar palanques de oposição a Cid e Ciro
Gomes (Pros) no Estado. Segundo lideranças das legendas, a união ajudará a
“atrair atenção” para além da candidatura de Dilma Rousseff (PT) em 2014 e terá
reflexos nos Estados. Ambos os partidos, no entanto, enfrentam o mesmo
problema: construir chapa de peso para disputar a sucessão estadual.
Principal beneficiado com a união
entre o governador de Pernambuco e a ex-senadora no Estado, o PSB deve usar
visibilidade de Marina para “encorpar” chapas para a Câmara dos Deputados –
esvaziadas depois da debandada do grupo político do governador Cid Gomes para o
Pros. “Tivemos a filiação de diversos políticos próximos de Marina ao PSB no
Ceará, como do articulador da Rede Sustentabilidade no Estado, Dimas Oliveira,
que deve ser candidato a deputado federal”, diz o presidente do PSB cearense,
Sérgio Novais.
Ele destaca que Marina Silva teve
votação expressiva no Estado em 2010 – 686,7 mil, com apenas 121 votos a menos
que o segundo colocado, José Serra (PSDB) –, e que o índice pode se repetir em
uma possível candidatura do partido ao Palácio da Abolição. “Os dois tem raízes
aqui. Marina é filha de cearenses e Eduardo é neto, então o Ceará é um dos
Estados de maior identidade deles”, diz.
Já para Luiz Pontes, presidente do
PSDB cearense, a aliança reforça palanques da oposição como um todo, o que terá
reflexos no Estado. “Quanto mais candidatos fortes de oposição nós tivermos,
mais podemos dar opção de escolha, o que é importante. Quem deve estar
preocupado são apoiadores da Dilma, porque o desejo dela era de que Marina não
tivesse candidatura nenhuma”. Apesar de garantir que tucanos apoiarão
candidatura de Aécio Neves (PSDB) no Ceará, Pontes não descarta possível
aliança entre forças de oposição a Cid – como PSDB, PR e PSB – no Estado.
“Ainda é prematuro, no entanto, qualquer fala sobre isso”.
Já o presidente de honra do PR no
Ceará, Roberto Pessoa, não esconde que já estariam avançadas conversas com o
PSB no sentido de formar aliança anti-cidista para o Ceará em 2014. Pessoa, no
entanto, adianta: deve apoiar reeleição de Dilma Rousseff.
Em entrevista ao O POVO na
manhã de ontem, o secretário de Saúde do Ceará, Ciro Gomes (Pros), classificou
como “surpreendente e muito interessante” a aliança entre Campos e Marina
Silva. “Isso obriga a presidente Dilma a abrir o olho, o que é bom para o
Brasil”. No último sábado, Ciro teria dito, segundo jornal O Estado de S.
Paulo, que aliança entre os dois seria soma de “dois zeros”, sem propostas para
o País.
Chapa majoritária
Apesar de um possível crescimento da
oposição por conta do apoio de Marina Silva, PSB e PSDB ainda enfrentam
dificuldades para construir chapa de peso para disputar sucessão estadual no
Ceará. Nas últimas semanas, o partido de Eduardo Campos tentou atrair a
ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), e o deputado Heitor Férrer (PDT)
para disputar pela legenda – sem sucesso. Já a principal força política do PSDB
no Estado, Tasso Jereissati, descartou na semana passada candidatura ao Governo
do Estado. “É um retrocesso”, disse.
Fonte: O povo Online
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