terça-feira, 9 de julho de 2013

Eduardo Campos: "Sob hipótese alguma, seremos "plano B” do PT"

O clima de instabilidade política gerado pelas ondas de protestos que se alastraram pelo País ao longo das últimas três semanas “respingou” na movimentação nacional do governador Eduardo Campos (PSB). Ainda que, internamente, mantenha-se o discurso de que o projeto presidencial não foi abandonado, a avaliação no PSB é de que Eduardo deve articular com o “dobro” de cautela seu descolamento do governo federal e do PT. O recado dos socialistas é de que, se houver, o rompimento não será antes de 2014.

Com a brusca queda nos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), que enfrenta ainda pressão de sua base de apoio no Congresso, especialmente do PMDB, entende-se que qualquer sinal, agora, de deslocamento do PSB para fora da aliança pode ser encarado como “oportunismo” diante da opinião pública.

Ao mesmo tempo em que pretende manter a condição de “aliado-crítico”, Eduardo mede cada passo e cada palavra dirigido contra a presidente. Não quer se enquadrado, publicamente, na categoria de oposicionista, apesar de suas críticas à política econômica ou à articulação política do governo. Em documento divulgado na semana passada, ele não só classificou de “artificial” a relação do governo com sua “base parlamentar” como “alertou” para os problemas nos serviços públicos e os baixos índices na economia.

No PSB, existe a avaliação de que se o rompimento com o PT houvesse sido consolidado antes das manifestações, Eduardo poderia ter se credenciado para atacar o governo federal e o PT de forma mais direta e apresentar-se, abertamente, como alternativa. Como não o fez, a estratégia, agora, será manter a aliança no “banho-maria” e alimentando, nos bastidores, o projeto presidencial.

Os rumores de que ex-presidente Lula (PT) teria dito que Eduardo seria o “vice dos sonhos” do PT, em 2014, tem sido tratado com desprezo por socialistas que repetem o discurso, já dito pelo próprio governador, de que, sob hipótese alguma, será “plano B” do PT. “Agora que o PMDB está emparedando a presidente, ele vem nos procurar? Não é assim”, questionou, em reserva, um aliado.

Em meio à tensão política, Eduardo estará amanhã em Brasília, junto com o prefeito Geraldo Julio (PSB), para participar de um encontro com a ministra de Planejamento, Miriam Belchior. O objeto de discussão serão os novos recursos que o governo federal prometeu liberar para investimentos em mobilidade urbana como forma de “responder” aos protestos.

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