segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Era Cid e o teste de fogo neste segundo turno


Com o título “Um importante teste para o cidismo”, eis artigo de Emanuel Freitas, doutorando em Sociologia na UFC. Ele faz uma avaliação da Era Cid e diz que o grande teste de força política do governador ocorre neste segundo turno, quando muitos esperavam a vitória de Eunício Oliveira logo na primeira fase da disputa. Confira:

A compreensão dos resultados eleitorais deste domingo exige um olhar mais atento para a “Era Cid”, marcada por importantes rompimentos durante os momentos eleitorais. Já quando de sua primeira candidatura, em 2006, seu grupo rompeu com o então governador Lúcio Alcântara. Depois, em 2010 foi a vez de Tasso Jereissati (PSDB), em 2012 Luizianne Lins (PT) e, em 2014, Eunício Oliveira (2014).

Luizianne levou seu grupo dentro do PT à cristianização da candidatura de Camilo, pois “não apoiaria nenhum nome escolhido pelos Ferreira Gomes”.  Tasso Jereissati conduziu sua campanha como uma prestação de contas de seus mandatos de governador, apresentando-se como “independente” e formatando-se como o anti-ethos de Cid Gomes. Eunício Oliveira apresentou um forte discurso de opositor, denunciando o descaso da gestão e prometendo um “novo tempo” para o Ceará.

Por sua vez, Cid Gomes tratou de responder, a seu modo, a cada um desses opositores. Desqualificou Eunício como “milionário ambicioso” e Luizianne Lins como “alguém que vive de factoides”. Para responder às críticas de Tasso dedicou uma tarde inteira para publicações em sua página no Facebook.



Vejamos os resultados das urnas desse domingo. Dos 22 deputados federais mais votados, 13 são da coligação de Camilo Santana. Mas importantes nomes de oposição a Cid, como o de Luizianne Lins, lá compareciam. Já na lista de deputados estaduais mais votados, os mais disparados eram Capitão  Wagner e Heitor Férrer, mas em grande parte nomes ligados a Cid pareciam compor a nova Assembleia Legislativa, entre eles seu irmão, Ivo Gomes. 

Do embate entre Tasso e Mauro Filho, prevaleceu a voz anti-cidista do tucano.

Mas, sem dúvida, é no resultado para o governo que Cid tem o que comemorar: numa apertada disputa, conseguiu com que seu candidato fosse ao segundo turno à frente do segundo colocado, tendo crescido unicamente como o “candidato de Cid”. O teste final será no último domingo de outubro.

* Emanuel Freitas

Fonte: Blog Eliomar de Lima - O Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário